quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Crítiva de WTTR: “Stewart e Gandolfini formam um par inesquecível na tela"



Escritor: Ken Hixon
Diretor: Jake Scott
Elenco: James Gandolfini, Kristen Stewart, Melissa Leo
Às vezes, quando as circunstâncias encontram a oportunidade na mesma hora em que isso acontece na vida de alguém, essas pessoas poderiam estar inclinadas a fazerem algo inesperado… Louco mesmo. Quanto mais grave for a circunstância, é mais provável que a ação seja mais drástica quando a oportunidade se apresenta. Muitas vezes, o ato de fazer ligações inesperadas com a aventura: a sua vida antiga é adiada, situações que você nunca teria encontrado se apresentam, e os relacionamentos que você nunca teria formado (e talvez nunca devesse ter) tornam-se profundos.
Quando Doug Riley (James Gandolfini) e Mallory (Kristen Stewart) se encontram em um decadente clube de stripers localizado na periferia francesa, Doug acaba embarcando na aventura catastrófica em que WELCOME TO THE RILEYS é baseada, mas Mallory apenas o vê como outra marca. Depois que Doug escapa para a sala de champanhe, evitando um grupo de empresários genéricos da convenção o qual ele deveria estar atendendo, rejeita a persistente Mallory, que só quer fazer um truque e voltar para o palco. Ela acha que ele é um policial (na verdade, e eu também acharia) e saiu só para novamente ter um encontro casual com o conturbado Sr. Riley em uma lanchonete local. A amizade rapidamente é formada, ainda um tanto peculiar dada suas diferenças, mas a inverossimilhança do encontro desses dois tem uma doçura subjacente encontrada no reconhecimento imediato de duas almas danificadas que apenas encontram um ao outro em uma noite solitária.
Para a maioria de nós, a aventura teria terminado ali. Mas Doug Riley e sua esposa Lois (Melissa Leo) estão vivendo com uma tragédia escura em seus corações – uma tragédia que, felizmente a maioria de nós nunca terá que suportar. A filha deles de 15 anos de idade, Emily, foi morta em um grave acidente de carro… E os dois, compreensivelmente, não têm sido os mesmo desde então. Doug estará tendo um caso quando o encontrarmos pela primeira vez, e Lois fica em casa como uma esposa em parte, uma parte fantasma. À primeira vista, a relação deles parece perfeitamente normal levando em consideração o fato de que eles estão casados há 30 anos, mas lentamente aprendemos que os Riley sofrem, e sofrem profundamente com isso.
Assim, quando Doug encontra Mallory em Nova Orleans e de repente sente-se responsável por ela, suas motivações e ações precipitadas se justificam mais do que alguém que não tivesse sofrido uma tragédia e tivesse agido espontaneamente. Doug faz um acordo para vender sua Empresa Plumbing, compra alguns cortadores de parafuso e materiais de limpeza, e corre para a casa de Mallory para consertar a o problema de energia e fazer a vida de Mallory voltar aos trilhos.
Em face de serem ofuscados pela morte de sua filha é mais crível que Doug agiria de modo indiscriminado, portanto em vez de acusar o roteirista Ken Hixon do desenvolvimento da trama de má qualidade, o público pode entrar nas ações bizarras dos personagens enquanto são apenas os Rileys que agem insanamente. As decisões precipitadas que os personagens fazem são tão repentinas como o acidente de carro que matou sua filha Emily.
Continuando com essa lógica, Lois Riley realmente age impetuosamente, e se aventura a sair para surpreender de Doug na “Fácil Grande”. Lois tornou-se uma paragem, que não esteve fora por anos e é como uma pedra jogada fora da existência em um constante estado de paralisia. Entretanto, sua condição e razão de ser uma eremita não são mostradas ao público até muito mais tarde no filme, por isso suas ações e a incapacidade de dirigir um carro levar à desconexão de sua personagem e alguns momentos incrivelmente fora de lugar em comédia como quando ela luta ao volante antes de sair para enfrentar o marido em Nova Orleans. Nós aprendemos muito mais tarde o porquê dela ser a mais afetada pela morte de Emily em uma sincera cena entre Lois e Mallory.
As peculiaridades de Kristen Stewart a ajudam aqui, mas sua aparência surrada e o comportamento bipolar são devido a um problema com drogas, que nunca vai ser apresentado para nós. O desempenho é ousado e atrevido, e Stewart não parece estar consciente ao longo de todo filme. Para uma fugitiva com 16 anos de idade, Mallory já está perto de ser irremediavelmente danificada e Doug e Lois a conhecem e tentam cuidar dela, embora neste momento a perspectiva de um núcleo familiar saudável seja altamente improvável. Na verdade, Mallory parece que percebe isso antes dos Riley.
Gandolfini sacode o mafioso ícone pelo qual ele é tão bem conhecido – um papel tão reconhecível que até mesmo George Reeves (a primeiro Superman da TV) teria se simpatizado – cria um tipo inteiramente diferente de homem em Doug: ele é reservado, à moda antiga e de forma positiva quebrado pela morte repentina de sua filha. (Curiosamente, Lois Riley é ainda questionada por um caminhoneiro que a paquera em um ponto do filme se ela é casada com o Superman). É a história dele, e o roteiro e a direção nunca vão deixar você esquecer isso.
O diretor Jake Scott é o filho do lendário Ridley (Alien, O Caçador de Andróides), mas a florescência de seu pai e seu senso de estilo não são encontrados em Rileys. Em vez disso, a câmera do novo Scott é estática, escolhendo apenas o documento e a estrutura de seus personagens, sem a intenção de prejudicar a sua experiência com os movimentos desnecessários e truques de câmera que não iria servir no filme; muita ênfase na estética teria apenas ajudado Jake Scott a garantir sua próxima grande direção.
Welcome to the Rileys não termina com o impacto emocional que um script mais apertado e uma conclusão mais dramática poderia ter realizado, mas a relação entre Gandolfini e Stewart é muito divertida na maioria das cenas e os dois formam um par inesquecível na tela.
O sentido do encerramento de Rileys fica na memória porque o encontro com Mallory é suficientemente gratificante, mesmo que a sua relação deles com Mallory nunca seja totalmente resolvida. Com isso, o público pode ir longe do filme sentido que a jornada que os personagens passaram valeu à pena. Quem sabe, pode até inspirá-lo a sair em busca de uma aventura de sua preferência.
Fonte: kristenteam

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